Marcius Galan – Água Parada
29 de Junho de 2019 — 24 de Agosto de 2019
Marcius Galan
Água Parada
29 de Junho de 2019 — 24 de Agosto de 2019

Com um degradê que vai de um verde escuro até um preto profundo, Marcius Galan apresenta Água parada, um projeto site specific na piscina do auroras. Simulando a decantação de água no fundo da piscina, o artista modifica o ambiente com precisão, pintando faixas de cor nos azulejos brancos. Essa imagem da água parada sofre uma mudança: ao invés de se manter fiel ao nível horizontal, as linhas que delimitam essas marcas estão em diagonais. Essa estranha variação, quase como se o centro de gravidade do mundo fosse deslocado, insere a obra dentro de um campo “impossível”.

Diferentemente das Seções Diagonais, esta instalação não procura criar um efeito de ilusão ótica. A linha que traçava o espaço, marcando uma diferença cromática em seus trabalhos anteriores, estabelecia um espaço complexo e ambíguo que demandava uma investigação cuidadosa por parte do observador em uma relação ativa. Se a sua prática frequentemente insta uma percepção que, num primeiro momento, é deixada com uma incerteza quanto aos materiais e, nesse caso, a verificação dos materiais não é possível através da penetração no espaço.

Confrontando o elemento construtivo da piscina a céu aberto ao invés da arquitetura tradicional que a obra se relacionava, a mera figuração de um deslocamento do eixo de gravitação da água reverbera, por consequência, numa série de fatores que acabam ligando uma decisão simples, de escala reduzida, à uma suposta modificação de todo um sistema físico do globo terrestre.

Vista da exposição
Fotografia: Ding Musa
Água parada, 2019
Estudo para Água parada, 2019
Sobre o artista

Marcius Galan (Indianápolis, EUA – 1972) radicado no Brasil, Galan transita por diversos suportes, incluindo esculturas, instalações, fotografias, colagens e desenhos. Tem participado de grandes exposições nacionais e internacionais como Art and Space, Guggenheim (Bilbao, 2017) a 30x Bienal (São Paulo, 2013) a 8ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2011) e a 29ª Bienal de São Paulo (2010).  Recebeu, em 2011, o Cisneros Fontanals Commission Prize e, em 2012, o Prêmio PIPA, que o levou a uma residência artística na Gasworks, em Londres. Vive e trabalha em São Paulo.

Realizou individuais na Capela do Morumbi (São Paulo, 2018); Instituto Figueiredo Ferraz (Ribeirão Preto, 2018); Fundação Ema Klabin (São Paulo, 2017); Paço das Artes (São Paulo, 2001) e Centro Cultural São Paulo (1999). Participou de coletivas no MuBE (São Paulo, 2019, 2016); Museu de Arte Moderna de São Paulo (2018, 2014, 2013, 2011, 2009, 2007, 2006); Guggenheim Bilbao (2017); Phoenix Art Museum (2017); MASP – Museu de Arte de São Paulo (2017); Instituto Tomie Ohtake (São Paulo, 2015, 2011, 2006); Pivô (São Paulo, 2015, 2014); Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2015, 2011); Palais de Tokyo (Paris, 2014); Musée d’Art Contemporain de Lyon (2014); Wexner Center for the Arts (Columbus, 2014).

Sua obra está em importantes coleções no mundo como a Cifo, Cisneros Fontanals (Miami, EUA); JUMEX (Cidade do México, México); Instituto Inhotim (Brumadinho, Brasil); Instituto Figuereido Ferraz (Ribeirão Preto, Brasil); Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM-SP; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM Rio; Museum of Fine Arts (Houston, EUA); Museu Serralves (Porto, Portugal); e na Pinacoteca do Estado de São Paulo.