Depois de apresentar Estudo de Caso (2018) na 12th Gwangju Biennale, onde a artista equilibra duas colunas emblemáticas da arquitetura brasileira: àquela do Palácio Alvorada, de Oscar Niemeyer sustentada pela coluna da Fazenda Colubandê, no estado do Rio de Janeiro – um marco da arquitetura colonial; agora Lais Myrrha ocupa o auroras com uma nova etapa da coluna do Alvorada. Diferente da versão de Gwangju, onde as colunas tinham uma escala de 1:1, aqui as peças se conformam ao espaço, mantendo uma dimensão gigantesca.
Estudo de um futuro construído parte do interesse da artista pela arquitetura – principalmente relações com a arquitetura moderna brasileira – mas também, como é frequente em suas obras, uma correspondência dialética entre a potência construtiva e as ruínas. É evidente que as obras entendem a relação da arquitetura como formas de poder e dominação, e projeta uma dimensão histórica na formação de uma “identidade nacional”.
Cabe agora imaginar que tipo de futuro está sendo formado nesses moldes, e se essa construção já não é, desde sua fundação, um projeto insustentável.