Inundando o auroras com uma luz vermelha, a frase Real People / Are Dangerous (2008-2018) feita em neon e estrutura metálica é dividida em duas partes. Na primeira concepção dessa obra, a artista paulista Carmela Gross, havia projetado a frase para a cidade com lâmpadas tubulares em duas passarelas na Nova Zelândia. A descontinuidade espacial entre essas duas passarelas possibilitava uma amplitude no sentido geral da frase. No entanto, só foi permitido concluir metade do projeto. Seu sentido completo foi, na ocasião, resgatado num conjunto de dois pôsteres.
Para essa nova instalação, as duas frases são transportadas para dentro do espaço privado; aproximadas numa curta distância, mas ainda separadas em duas paredes contíguas e perpendiculares. Diferentemente do espaço público, a sentença aqui parece assumir um tom subjetivo, iluminando um espaço interno. A relação mais direta entre essas duas sentenças acaba por indicar uma leitura afirmativa, refletindo a retórica do medo que domina e controla muitos aspectos da vida contemporânea.